Eterno desencontro


Na sombra das árvores esguias

Delineiam-se imagens desvanecidas

Os raios luzidios

Penetram languidamente

Embrenhando-se no manto da mata densa

O canto dos pássaros forma a sinfonia campestre

Embalada pela leve brisa outonal

Que traz o pálido sorriso

Da namorada do rei

Ao longo do desencontro perpétuo

O grande astro do sistema

Passa o dia

Aquecendo manhãs e tardes

Com seu calor apaixonado

E ela de noite a chorar

Banhando com suas lágrimas de prata

Poetas e trovadores.


Rio, 28/11/1980.

Foto: Bárbara Rudge, Museu Imperial de Petrópolis, 21/04/2023.

Comentários