Desesperador é o balé
Em elegia a Eros
Da fresta para o mundo
Vislumbrar dos corpos suados
Na luz difusa
Pela garoa intermitente
As lâmpadas espelham
Olhares angustiantes
Varando a noite
Com o prazer atravessando o peito
Enquanto
Sobre alvos lençóis
O ritual toma formas circunspectas
A vida lá fora não tem muito sentido
É um cair no vazio em cada esquina
Com a morte na boca da espera
Mas
No refúgio de seu quarto
Ainda resta uma esperança
Que ela esqueça a hora da novela.
Rio, 17/04/1980 e Petrópolis, 01/04/2018.
Foto: Marcos Alexandre, Tijuca Palace, julho de 2008.

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